Resto de dois
Do adeus
Ouvi-me num afastar barulhento
Enquanto a surdez se avizinhava
Já não eramos réus
Somente tempo entregue ao vento
Que feito cúmplice assobiava
Haviam esqueléticas pétalas
Pares de entulhadas malas
Levando nada que valesse um abraço
E nem saudade ousou pensar no porvir
O que outrora se fazia de aço
Só sabia a si mesmo desmentir
Quem conceitualizou o amor?
Quem se prestou a tamanha hipnose alheia
Enquanto aquilo que só batia sangue cálido
Ignorava a responsabilidade da dor
E hoje que se desfez a teia…
Pouco oferta horizonte válido
Não era suposto ser um beijo eterno?
Ou talvez um caminho com regresso asfaltado?
E agora! Que adeus, alem dessa surdez?
Que adeus, alem desse olhar de inverno
Cambaleando lagrimas de um ser maltratado
Sem destino que augure ser cortês!