Essa minha dor
Essa minha dor,
Não provém de um amor roubado.
Por esse eu teria lutado.
Essa dor que sinto, não é por um amor guardado.
A esse eu teria revelado.
Essa minha dor, não vem de um amor enterrado.
Esse eu teria encontrado.
Essa dor que sinto é derradeira desse seu amor...
Sem eira nem beira.
Desse seu amor,
Que não fede e não cheira.
Desse seu amor que nunca me rendeu uma palavra verdadeira.
Nem o tchau.
Me pergunto qual maça Assis,
Sou dessa sua macieira.
A do topo?
A do meio?
A da lixeira?...
Remoendo essas dúvidas,
me faço fulera.
Dedicando tempo e pensamento,
a esse seu amor de terceira.
E quantas mais não caíram nessa bobeira?
Um boné pra trás,
uma mentira na cabeça.
Uma humilhação pra platéia inteira.
A dor que falo é culpa sua,
E tanto mais minha,
Por que nós,
as meninas,
Acreditamos tanto em formar família?!
Por que projetamos tão pra frente, o que pra vocês foi só uma noitinha?
Desses desvaneios a culpa foi minha.
Mas não tenho culpa das malas na rua,
Das risadas nas costas,
das músicas que viraram suas,
Cheias de mim e cheias de lua.
Lua vazia, como o enorme leu que agora você habita.
Sem ser de mel...
Vazia como a minha barriga.
Que bem poderia...
Deixa pra lá, tempo e pensamento não vou mais a ti dedicar.