Vazio
A chuva escorria pela janela,
Como aquelas lágrimas contínuas
Chicoteadas por um vento implacável
Tal qual as palavras em eco infindável.
Achou que iria acabar, as horas arrastaram
E a lembrança das palavras devastavam.
Tinha a cama só para si, e no quarto...
Era como estar a beira de um abismo.
Não entendera a rapidez da mudança
E desolada como uma criança
Encolhia-se na noite fria,
Vislumbrando a vida, novamente vazia.
O terrível medo da mudança e da solidão
A frieza de seu par fazia-lhe congelar.
Havia um peso sinistro em coração
O apelo da falta iria tragar-lhe a alma.