Prazo.

Lentamente

Assim germina a semente

Num passo ingrato e quase inaudível

Desata o laço

Pequeno pedaço que se vai

Sem deixar lembrança

Também não leva saudade

Nada se perpetua

Os passos na rua

Apressadamente

Brancura dos dentes

Sorriso na escuridão revela

O que a claridade escondia

Lentamente, dia-a-dia

Como enorme carruagem que vem

E quando passa

Atropela

Depois se afasta lentemente

Talvez a vida tenha sido

Por acaso e sem igual

Mas sempre tem prazo a cumprir

E faz doer e fica mágoa e apaga

E quase sempre acontece

de forma proposital.

Edson Ricardo Paiva