Escravo por ti

Numa relação de mestra e escravo eu te amei,

E por mim, não haveria problema ser escravo,

Mas como é típico dessa relação, você possuía o direito de fazer o que quisesse.

O chicote era seu, e o corpo era o meu,

Os tapas eram seus, e o rosto era o meu,

A boca era sua, e a alma era minha,

Sua pele era lisa, e a minha marcada.

Acho que sou livre, mas não tive alforria,

A dor das chicotadas nem se compara a dor de não ter mais você como dona.

As feridas não doem mais,

Eu habito nas memórias das cicatrizes.

Com saudade do seu chicote,

Do seu beijo,

Da sua pele lisa, junto a minha marcada.

Troco um dia de liberdade, por mil anos na mesma cela contigo.