Suspiro de um vencido

Tanto apanhei de você

que não entendo

como meu coração

ainda te deseja.

Aceitei o meu destino

de não poder chamá-lo

quando o peito aperta

e meus olhos sangram.

Na minha literatura

você foi o modernismo:

em uma semana de arte

desfez tudo o que construí.

Minha fé em você

é sufocante e deprimente

porque nem mesmo Deus

recebe mais minhas orações.

Não me esquece.

Isso seria ingratidão

com quem, todos os dias,

vê sua imagem queimando.

Nunca nos encontraremos

(como duas linhas paralelas)

e, ainda assim,

te acompanho ao infinito.

Nicoly Diniz
Enviado por Nicoly Diniz em 13/02/2018
Reeditado em 13/02/2018
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