Suspiro de um vencido
Tanto apanhei de você
que não entendo
como meu coração
ainda te deseja.
Aceitei o meu destino
de não poder chamá-lo
quando o peito aperta
e meus olhos sangram.
Na minha literatura
você foi o modernismo:
em uma semana de arte
desfez tudo o que construí.
Minha fé em você
é sufocante e deprimente
porque nem mesmo Deus
recebe mais minhas orações.
Não me esquece.
Isso seria ingratidão
com quem, todos os dias,
vê sua imagem queimando.
Nunca nos encontraremos
(como duas linhas paralelas)
e, ainda assim,
te acompanho ao infinito.