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LORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM 

 
“Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão”

(Geraldo Vandré)
 


(Republicação)
Andavas entre rosas e espinhos
Nos porões fétidos da ditadura
A liberdade privada, desatinos
Privações, horrores... torturas.
 
E na luta árdua pela nossa libertação
Enfrentastes os  fuzis com belas flores
No teu olhar o desprezo pela revolução
Gesto sutil, sorristes disfarçando dores.
 
Das pacíficas intenções incompreendida
Eles te torturaram, estupraram, abortastes
O sonho de liberdade que habitava teu ser
 
Sozinha, em frangalhos mas destemida 
No derradeiro instante final enfrentastes
Os fuzis que anteciparam tua breve partida.

 
Na tua lápide Neide Alves Santos, morta sob tortura no DOPS
“Flores de plástico que não morrem” como não morreram teus sonhos de liberdade!


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