INVEJA

Z

Quem senti nega mil vezes
E diz que não senti,
Mas se estampa nos olhos
Fica muito visível e menti.
Semeia discórdia e sorri;
Entrega-se com o canto da boca,
Comendo quente esta sopa!

Vai queimar-lhe os lábios,
A língua, a garganta e a raiz;
Sairá fumaça do céu,
Fazendo o inferno feliz;
Mergulha no fundo do poço;
Comerá as raspas do tacho;
Se alimentará da vingança,
Pois lhe sobrou só fracassos!

Quanto mais desmenti,
...afirma com os olhos o contrário;
Duvida até de si mesmo,
...imagina serem todos, otários!
Não tem controle, nem temperança;
Não se comove mais com nada,
Nem com sorriso na boca de uma criança !

Tem pouco a dar,
Ser útil e ajudar a quem for;
Se faz; tem segunda intenção!
Provoca mágoas e traz dor;
Alimenta uma falsa ilusão;
Finge ser o que não é;
Tem prazer em ofender e ao sagrado caçoa,
Pois já perdeu até a fé!

Luta contra a bondade;
Faz pra mim o mais difíci;
Acostumou-se com a maldade;
Tatuou na alma, virou vício!
Sabe bem, quem está errado;
Continua firme e nega;
Mas vai morrendo por dentro, aos poucos
Por nutrir, só essa inveja!