Poema final

Elétrica, marinha,

mataste-me aos poucos

e persisti tanto na tua graça.

Escuros espaços, sede eterna contínua,

fadiga contínua, dor infinita,

isso deste-me e assim pouco a pouco

assasinaste-me como tortura.

Onde está tua alma?

Será que aquela alegria, luz do teu sorriso

tímido foi verdade?

Desapegaste de mim como uma trepadeira

morta e muda e fria,

agora és distante, fumaça é o que rodeia-te

rosa espinhosa de sangue.

Não teremos jamais a viagem do amor,

muito igual a hora sem então,

e assim sem nunca procurar aniversário,

pois quebraste-me em partículas indivisíveis.

Leandro Ferreira Braga
Enviado por Leandro Ferreira Braga em 29/10/2017
Reeditado em 14/12/2017
Código do texto: T6156344
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