Poema final
Elétrica, marinha,
mataste-me aos poucos
e persisti tanto na tua graça.
Escuros espaços, sede eterna contínua,
fadiga contínua, dor infinita,
isso deste-me e assim pouco a pouco
assasinaste-me como tortura.
Onde está tua alma?
Será que aquela alegria, luz do teu sorriso
tímido foi verdade?
Desapegaste de mim como uma trepadeira
morta e muda e fria,
agora és distante, fumaça é o que rodeia-te
rosa espinhosa de sangue.
Não teremos jamais a viagem do amor,
muito igual a hora sem então,
e assim sem nunca procurar aniversário,
pois quebraste-me em partículas indivisíveis.