Tricotando a vida

Gilberto Carvalho Pereira, Fortaleza, CE, 26 de outubro de 2017

Tricotando a vida

Em forma de verso

Essa vida grávida de

Um mundo perverso.

Não foi o que eu queria

Ver miséria e morte

Toda noite, todo dia

E uma tal de má sorte.

Guerra, fome e doença

Corpo dilacerado, ferido,

Inanimado sem pertença

Quase sempre preterido.

Os senhores da guerra

Urdindo sina, passaporte

E matando tal qual fera

Como se fosse esporte.

Cidades e vilas destruídas

Crianças e velhos sem brilho

Gerações e nações perdidas

Só no império do gatilho.

O pano de fundo é o poder

Sobre tudo e sobre todos

Resistência é não ceder

Para não sermos lodos.

Tudo isso já não importa

Estão tricotando sonhos

Que não sonhei, corta,

São sonhos bisonhos!

Gilberto Carvalho Pereira
Enviado por Gilberto Carvalho Pereira em 26/10/2017
Reeditado em 27/10/2017
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