LÁGRIMAS E SOLIDÃO.

A alma inquieta

O coração dilacerado desperta

E no olhar

A última derradeira lágrima

Que vai

Que esvai

Que consome

Que some de repente

Sem deixar pistas de seu crime

E na ressequida terra

De chão duro

Ela morre

Para sempre morre

E a lágrima perdida

Esquecida

Nunca mais retornará

E os olhos de quem a chorou

Apenas a angústia

Da lágrima fúnebre

Mas a dor dessa lágrima

Para sempre será

Uma constante no peito.

A lágrima é quem escreve

Resume e cria

Derrota e consome

Revela

Esconde

E no desejo

A revolta

A volúpia

Lágrimas de dor e solidão

Dor do amor

Dor da paixão

Dor do desejo

Dor da intenção

Dor da própria dor

Mas este poeta

Insano ser

Decidiu não mais chorar por fora

Apenas por dentro doravante

E rios de lágrimas

Derramar-se-á infinitamente

Nesta alma de papel

Riscada com versos tortos

De um amor descomunal.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 16/10/2017
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