DE REPENTE
De repente, não mais que de repente
Vi a face feia da verdade
E eu, que sonhava com a cara metade
Percebi só tristeza à minha frente.
Fez-se triste quem já foi contente
E o que parecia ser felicidade
Transformou-se em espinho de saudade,
Um deprimir no corpo e na mente.
De repente do riso fez-se o pranto,
Cinzas frias onde foi chama ardente
E a poesia vestiu-se em desencanto
Fez-se distante o que já foi presente
Tão pouco o que um dia foi tanto
De repente, não mais que de repente.