Rosa

Eu costumava ficar horas sentada

observando-a desabrochar

Há tempos que não é bem cuidada

Amargura-se enquanto espera o dia clarear.

Seu brilho fora ofuscado

e seu encanto se perdeu

após ter seu pedúnculo arrancado

por aquele que nunca a mereceu.

Os espinhos não deixam tocá-la

É agora seu modo de defesa

Contra quem ousa machucá-la

Apenas resiste para disfarçar sua profunda tristeza.

A chuva que irriga suas raízes

Permite um brando respirar

Fazendo-a lembrar dos dias felizes

Suas lágrimas se camuflam ao gotejar

Ela prometeu jamais florescer

Tampouco alegrar aquele homogêneo jardim

A natureza lamenta seu padecer

Ao proclamar seu eminente fim.

Giulianna Loffredo
Enviado por Giulianna Loffredo em 20/09/2017
Reeditado em 09/12/2017
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