desalento
quando tudo me abandona
até a fome, até a raiva
até o nojo e a indiferença
então eu sei que estou só
que estou ao deus dará dos tempos
quando nem fome, nem teu nome
nada me fere ou me alucina
ou me toca em arrepios
então esta noite que me prende
aos seus braços rígidos
é a única coisa viva
que escuta as batidas
descompassadas do meu coração
e fico assim encolhida
encolhida e trêmula
então desejo a Morte
deste corpo o corte
para além de tudo
neste cenário mudo!