Cinzas;

Tuas palavras

já não me machucam mais.

E eu ainda lembro das tuas mãos

varrendo minhas cinzas.

Não,

minhas não.

tuas cinzas.

tu sempre foste

nublada

como o céu numa tempestade.

- e deus, como eu amo as tempestades –

Não tínhamos fome de amor,

mas sim, necessidade

de tê-lo.

E tivemos demais,

até que

nos devoramos,

nos excedemos

e esvaziamos um ao outro.

Restou então meu corpo vazio;

Não, vazio não.

Ainda sobraram as cinzas

Que eram tuas

E agora são minhas.

P Neto
Enviado por P Neto em 03/09/2017
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