Soneto da partida
Para a minha amada, a chave entrego.
Chave que abre e que fecha a fantasia.
Que é também pincel de muitas cores,
Capaz de retratar e descrever o amor!
É o lápis que delineia a sobrancelha.
Ou o traço livre da minha letra feia.
Mas que é belo na sua simplicidade,
Porque retrata o sonho e a saudade.
A poesia concreta, a própria vida.
O sorriso tênue pressentindo o pranto
O desespero e a dor da despedida
O rangir da porta que se fecha ao vento.
O pressentir do fim, o pensamento.
O girar da chave, o bilhete, a flor!