Utopia
Quisera ter a coragem de seguir cegamente meu sentimento implacável;
Quisera ter a força inumana do abandono
E bater fortemente o pó do meu passado
Para seguí-lo cegamente mundo afora
E assim não perdê-lo tão resignadamente
Nesta devoradora melancolia.
Quisera estar preso à tua curvilínea imagem e socar definitivamente
A porra dessa audaciosa e famigerada saudade
(Perdão pelo termo chulamente empregado).
Quisera ter o dom dos fiéis e cegos cristãos,
Dos seguidores apóstolos,
Para poder espectá-lo intimamente no meu palco pessoal,
No meu cenário imaginário.
Quisera possuir o poder da negação escariótica,
Para assim poder dizer ao puto do meu coração vagabundo:
Não te humilhes assim não!