Ossos secos
Pus-me sentada numa cadeira de balanço
Balanço vai, balanço vem, um som distorcido
Instantes depois nem parecia estar ali para descanso.
Devaneios tantos. Medo, arrepio desconhecido!
Dei vida a minha imaginação, quanta ingratidão!
Se o fim são ossos secos, teias de aranha sepulcro caiado.
Vir-me assim. Um esqueleto se balançando sem perdão.
No lugar dos que se acham imortais e já estando sepultado.
Ossos secos. Por se sentirem melhor, como? Se todos têm
Endereço certo, embora destino diferente conforme seus atos.
À carne é podre, sem respiração logo cheira mal; vai para o além!
Dessa forma não convém. Pisar, humilhar desfazer para bel prazer.
Sem saber o que o espera do outro lado. Retornei à realidade.
Levantei-me dá cadeira sacudir a poeira, meu Deus, eu posso escolher!
Mary Jun
Março/2017
Guarulhos,SP