LUZES E SOMBRAS
No caule de uma bela e exuberante rosa
Também nascem dilacerantes espinhos;
E debaixo do sol, com sua luz esplendorosa,
Cresce a malvadez dos homens mesquinhos,
Dos homens que, estéreis de amor e bons valores,
São capazes de infligir nos deserdados grandes dores.
Numa harmônica e arrebatadora canção
Há belas melodias cheias de tristeza;
E sob os céus em toda a sua vastidão,
(Céus estrelados de infinda beleza),
Brotam recantos inundados de cegueira e trevor,
Recantos onde estão mortos as luzes do amor!
Nas mais formosas e reluzentes cidades,
Emergem ansiedades, lutas e concorrências;
E em meio a natureza com suas veriedades,
A morte espalha suas assombrosas influências.
Enquanto a vida manifesta o seu primor,
O sofrimento faz brotar as chagas do amargor.