O Homem Odiado

Depois de ter inserido fios e tubagens,

Penetrando a pele do teu corpo,

Começo a busca pelos teus ideais,

Pela tua personalidade.

Tu, horizontalmente sobre a cama,

Inconsciente e ignorante,

Subjugada à minha curiosidade,

Ou melhor,

À minha frustração.

Todos estes fios, cabos e tubos,

De teu cérebro inserido,

A esta minha máquina estapafúrdia.

A informação do monitor é ilegível.

Completa com algoritmos

E gráficos com símbolos para mim desconhecidos...

E o meu olhar desvia da tela para os teus olhos,

Tento eu compreender a razão da tua raiva,

A razão do teu ódio e intolerância.

Porquê?

Porque me odeias?

Sérgio Peixoto
Enviado por Sérgio Peixoto em 10/12/2016
Código do texto: T5848942
Classificação de conteúdo: seguro