Razão
Razão
Passos os dias olhando você
Razão da minha vida
Único motivo pra eu viver
Busco-Te a cada instante
Na penumbra à noite
Fria escura tardia de amanhecer
Mergulho na escuridão da minha alma
Buscando cada vez mais fundo
Resgatar os resquícios do amor
Guardado no fragmentado
Coração arrebentado
Dilacerado arrancado do peito
Desse ser
Hoje vazio jogado como tronco
Velho cortado deixado de lado
À ação do tempo pra apodrecer
Ontem um velho jacarandá oponente forte
De madeira nobre
Hoje de um salgueiro chorão
Jamais deixará de ser
Triste com suas folhas ao chão
Acalentado ao som de rouxinóis
Cantores atrozes da sua triste
Saga da alma machucada
Abandonado sozinho no mundo
Que com sua dor
Pra todo sempre sua companhia
Haverá de ser
Chora planteia à triste sina
De alguém jas forte
Hoje palco da tristeza
Onde rondeia à morte
Pela falta de clima
Expectativa de vencer à noite
Abrir seus olhos banhados
De lágrimas da dor mais íntima
Daquele fúnebre ser
O peso nos ombros de tantas
Questões entre à razão, o coração,
Amor ausente viver por viver
Como beber mais essa dose
De um novo dia que por mais
Resplendor do raiar do sol
A mim não trará calor
Nem vontade de seguir à vida
Contar às horas mexendo
Nesta ferida fétida
Guardada no peito
Por toda minha vida
Por causa dela haverei de sofrer
Essa será minha triste sina.
Ricardo do Lago Matos