Razão

Razão

Passos os dias olhando você

Razão da minha vida

Único motivo pra eu viver

Busco-Te a cada instante

Na penumbra à noite

Fria escura tardia de amanhecer

Mergulho na escuridão da minha alma

Buscando cada vez mais fundo

Resgatar os resquícios do amor

Guardado no fragmentado

Coração arrebentado

Dilacerado arrancado do peito

Desse ser

Hoje vazio jogado como tronco

Velho cortado deixado de lado

À ação do tempo pra apodrecer

Ontem um velho jacarandá oponente forte

De madeira nobre

Hoje de um salgueiro chorão

Jamais deixará de ser

Triste com suas folhas ao chão

Acalentado ao som de rouxinóis

Cantores atrozes da sua triste

Saga da alma machucada

Abandonado sozinho no mundo

Que com sua dor

Pra todo sempre sua companhia

Haverá de ser

Chora planteia à triste sina

De alguém jas forte

Hoje palco da tristeza

Onde rondeia à morte

Pela falta de clima

Expectativa de vencer à noite

Abrir seus olhos banhados

De lágrimas da dor mais íntima

Daquele fúnebre ser

O peso nos ombros de tantas

Questões entre à razão, o coração,

Amor ausente viver por viver

Como beber mais essa dose

De um novo dia que por mais

Resplendor do raiar do sol

A mim não trará calor

Nem vontade de seguir à vida

Contar às horas mexendo

Nesta ferida fétida

Guardada no peito

Por toda minha vida

Por causa dela haverei de sofrer

Essa será minha triste sina.

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 10/11/2016
Reeditado em 31/03/2017
Código do texto: T5818792
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