Sobre musas e poetas
Andando pelos meus
corredores estreitos
labirintos modernos
iluminados em neons
assistindo a trailers
mal acabados
prévias de filmes
que trago na minha
memória que de tão
atenta às vezes se
esquece de mim
e nas paredes
em tinta
fluorescentes
vou lendo
poemas de amor
entregue por algum
poeta maluco
à sua musa eterna
que nem ler sabe
ou finge não saber
ou se sabe e lê
não entende patavina
do que a poesia
lhe diz
e eu poeta
capaz de levar
minha alma
a um orgasmo
poético
sensivelmente
amante
da poesia
ando tateando
aqui e ali
com meus olhos
de lince
as paredes
de um labirinto que
é meu por direito
e devoção
não encontro
um rabisco
uma borboleta
uma flechinha
nem um poeminha
que seja para mim
Êta, destino
não sou musa
inspiradora
nem eterna
namorada
só uma poeta
pretensiosa
querendo um
menestrel maluco
que sinta saudades
de mim...