Isso não existe
Eu ouvi a vida inteira que
O amor era lindo e para ser cultivado
Como acreditei nessa falácia
Durante minha "pura" vida.
Eu achava que jogava o (tal) amor
Como quem lançava flores ao vento
Com aquele sorriso plástico
De sentir-se realizado
Minhas palavras eram cheias
Desse sentimento tão seco e vazio
Que escrevia com vontade
Achando que aquilo era verdade
Escondi meus olhos na areia
Crente em ser diferente
Negando o que há no meu couro
O objeto "perfeito"
Como ficou feio acreditar
Durante todos esses anos nisso
Agora, me orgulho e me vejo
Uma carne macia e pronta
Dizer que o amor existe
É a pior das mentiras da jovem Sofia, morta
Tudo está no imaginário
Até pessoas (ditas) reais
Se não existiu
Não será amanhã que vai existir
Lamento
Eu não acredito
Os contos de fadas da minha vida
Trazem o meu enjoo
E o desejo de por para fora
O mais profundo de minhas entranhas
Desculpa, esse sou eu
Um ser inexistente.