Amor apenas, amor...
Encanta-me vós, que lamentastes no silêncio sobre a cama fria,
Onde a carne repousa gélida e nua.
Ora bendizeres...
Buscando sonhar com o paraíso;
Pássaros coloridos entre árvores frutíferas e rios cristalinos,
Animais mansos sobre a relva verde.
Deturpam-se pesadelos densos de negras sombras.
Reluz fênix divina.
Ser mitológico revive dentre minha alma.
Faça arder em meu peito a chama da vida que falta-me.
E nada mais me faltará.
Sou poeta latente.
Ser errante.
Cantando odes aos sentimentais amargurados como eu.
Humano sentimental por demais para chamar-me de humano.
E humano demais quando cheio de desejos.
Amor é desatento.
Não escolhe senil.
Sempre irreverente não escolhe forma, gênero...
Simplesmente acontece.
Quando o acendemos em nós...
Ou será ele a nos acender e aquecer?
Divago sobre e contra tudo o que sinto,
Sobre o que não vejo ou tento perceber.
Por mais que tente não falar sobre o amor é nele que recai todas as Minhas indagações e frustrações.
Percebo o quanto sou masoquista;
Amor mesmo sendo correspondido é o traço que dói.
De um jeito ou de outro.
É o que me faz sentir falta dos momentos que não vivemos.
Tudo se passou de um sonho,
Que merece ser lacrado no túmulo do esquecimento.