O grito do seu silêncio

De tanto nunca ouvir a tua palavra não dita
Do teu silêncio que ecoa e dói em meus ouvidos
Da expressão de distancia real e infinita
Do mutismo de tua boca em altos bramidos

De quando há tempos desejei sentir a tua voz
De andar o mesmo caminho sem jamais te ver
De uma mórbida surdez que se instalou em nós
Da afrisia de momentos de quase enlouquecer

Tomei a dura decisão de falar só comigo
E todas as manhãs apenas te dizer bom dia
Despedi-me da esperança de ser teu amigo
Assim levamos a vida sem muita alegria

E busquei só em mim o verdadeiro abrigo
Taciturno no concreto, me fechei em dores
Eu mesmo me coloquei no mais duro castigo
Sem ver que no jardim morriam minha flores.

JANET VITAL
Enviado por JANET VITAL em 09/08/2016
Reeditado em 12/09/2024
Código do texto: T5723271
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