Sangrar

Você é demais pra mim,

e eu de menos pra você,

mas vai, continua, faz assim,

quem sabe eu consiga te esquecer.

Tua frieza me intimida,

Tua natureza leviana me rasga por dentro,

eu que sempre me senti jazida,

hoje nem sequer me sinto fermento.

É repugnante o modo que me trata,

se eu vivo uma vida pra você,

essa saudade quase me mata,

e você aí, nem faz questão de me vê.

É mais ou menos assim,

não sente minha falta nem te deixo carente,

algo aqui dentro resiste ao fim,

me faz esquecer estrela cadente.

Eu nunca senti nada igual,

mas eu já não quero mais te amar,

esse teu jeito boçal,

consegue me fazer sangrar.

A vida tá passando,

o tempo já não pode ser recuperado,

eu aqui sigo chorando,

e agente assim, cada um prum lado.

Dentro do peito sinto uma grande agonia,

pior que a rejeição, me sinto renegado,

aquela nossa enorme alegria,

parece fazer parte do passado.

Ricardo Letchenbohmer
Enviado por Ricardo Letchenbohmer em 24/07/2016
Reeditado em 24/07/2016
Código do texto: T5707196
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