A CULPA É DE QUEM?

Quisera culpar a segunda

Esta canseira profunda,

Minhas juntas a estalar

Culpar a melancolia

E esta geada fria

Que me faz tiritar.

Mas eu culpo a distância

Pois minha sede, minha ânsia

Tu não podes aplacar.

E assim sofro o castigo

De não tê-la aqui comigo,

Eu já nem posso te cuidar.

Tu não estás do meu lado

E por não ser teu namorado

Nem em sonhos posso te beijar.

Então eu fujo, me escondo,

Tento mascarar os meus assombros,

Que é pro mundo não notar.

Penso assim: se eu te evito

A minha ânsia, o meu grito

Não pode te magoar.

Eu não quero a saudade,

Quero a felicidade

Habitando o teu lar.

E eu aqui, no meu canto,

Já sem nenhum desencanto

Paro enfim de suspirar.