Envelope Vermelho
Entre tantas bocas de eu te amo
O fogo queima tão insano
De verdade sangro e clamo
Por esse sonho agora arcano
Não é justo como na távola
É limpa, falha, rasa e clara
Nem tem moral como uma fábula
O que meu olho então deflagra
Sobre as lembranças passadas
Não mortas, nem enterradas
Amarradas em finas linhas
As memórias que não são minhas
Guardadas, como em um coração
Em duas faces de um espelho
As coisas que me tiram a razão
Dentro de um envelope vermelho