Devaneios ao seu olhar
Conheço a sua mentira
através de seus olhos ela me encara,
com o rosto envelhecido, as marcas de desagaste...
e tu és indiferente a esses desvios.
Sua alma aventureira, suas canções de ninar...
quase me iludiram em um grande mundo de fantasias,
da liberdade irrestrita,
em ventos gélidos você se sustentou.
E paira por muito além de ti uma grande dúvida
que enfraquece qualquer segurança.
não tenho jeito para explicar meu medo,
mas ele está por aqui,
com um misto de ódio
e puro desgaste
observando como tudo em ti
é tão vulgar.
É inerente ao seu espírito... a torta conduta,
a ética duvidosa, o caminho pelo avesso, a moralidade chula,
os gritos de libertação dentro da grande prisão
bem maior... muito maior
que tudo que você poderá, quem sabe um dia,
ao menos sonhar.
Seus olhos desmentem
o que a tua voz afirma
e nesse fim de noite,
de mais um dia como os outros inexistentes,
eu vou morrendo com a culpa
de ter lidado tão mal
com a dor que persegue
e tenta me fazer de um mero ignorante.