Pesadelo de outono passado
Sonho deveras são. Implodiu meu sono, feito balão.
Como naquela dança... Ansiava-te em imagem e lembrança.
Teus castanhos calorosos. Meus desejos leprosos.
Adiantava-me em tua direção. Ao quarto, cama e violão.
De ímpeto, vontades desveladas. A posteriori saquei: uma cilada.
Lançava-me palavras sem rodeio. Reais demais prum devaneio.
E de sobremesa, flores cruas: falas que não eram tuas.
Cantou Cazuza de brincadeira. Meu sorriso foi pra fogueira.
Tua voz me esmoreceu. E até minha mãe apareceu.
Desperto então inquieto. Em posição fetal, um dejeto.
Insones conclusões, enfim: até o inconsciente te põe contra mim.