ABISMO
Por debaixo dos pés existe um cavo,
Um buraco de areia que me enterrei.
As ilusões de me achar aqui são vãs,
Mas ainda assim é um buraco de areia.
Nada lhe salva desta distancia,
É uma esquina entre nossas pernas,
Talvez um sonho de tua querida,
Talvez uma esquina de despedida.
Não olhe quando cair de ponta a baixo,
Ainda é cedo para ver profundidades.
Pois, sou eu, a decida do céu chuvoso,
Entre os dedos enterrados no abismo.