DE QUANDO TE PERDI ATÉ HOJE!...

Muitas vezes tenho recordado os nosso momentos vividos,

de ânsia louca e desenfreada que no peito não servia,

os dias não chegavam e as noites eram mal dormidas,

as horas se arrastavam paralelas à eternidade,

e eu, distante, vivendo com a saudade,

triturava lentamente as minhas horas sofridas!...

Desde o dia que em mim a escuridão se fez,

pela ausência da vida que em mim havia,

não há paz que console como antes minha alma,

teu falar virou silêncio de campanário,

mudou em mim o mundo e seu cenário,

desde então se esvaíram o sol, a cor, a calma!...

Procuro me livrar das amarras que estou vivendo,

mas amo cada centímetro quadrado dessa prisão,

e o resultado de tantas vãs tentativas,

mantem presente cada som pronunciado,

das vezes que o amor que por ti foi declarado,

queimam minha alma com brasas vivas!...

Eu existo, disseste, e ali estavas tu como num sonho,

me ofertei como um carneiro ao holocausto,

quis me dar por inteiro num primeiro beijo,

mas como alma que voa livre pelo espaço,

Selaste a sorte desse amor com um abraço,

ao chão vi cair todos os meus sutis desejos!...

Teu porte ainda hoje segue os meus ditames,

e não se apagam da memória os seus traços,

saia escura e blusa branca de evento tu trajavas,

um frescor de montanhas em ti sentia,

um mundo inteiro diferente em ti eu lia,

e tudo em ti, mesmo sem querer, eu deixava!...

Separar-me de ti foi como sentir a morte,

e até hoje me observo de longe,

como posso desejar o paraíso se nele aqui já vivi?

Não sei olhar o mundo novamente sem te ver,

não sei, por Deus, como foi tudo isso acontecer,

minha vida se exauriu no dia em que te perdi!...

Joel A Silva
Enviado por Joel A Silva em 07/06/2016
Código do texto: T5660436
Classificação de conteúdo: seguro