DE QUANDO TE PERDI ATÉ HOJE!...
Muitas vezes tenho recordado os nosso momentos vividos,
de ânsia louca e desenfreada que no peito não servia,
os dias não chegavam e as noites eram mal dormidas,
as horas se arrastavam paralelas à eternidade,
e eu, distante, vivendo com a saudade,
triturava lentamente as minhas horas sofridas!...
Desde o dia que em mim a escuridão se fez,
pela ausência da vida que em mim havia,
não há paz que console como antes minha alma,
teu falar virou silêncio de campanário,
mudou em mim o mundo e seu cenário,
desde então se esvaíram o sol, a cor, a calma!...
Procuro me livrar das amarras que estou vivendo,
mas amo cada centímetro quadrado dessa prisão,
e o resultado de tantas vãs tentativas,
mantem presente cada som pronunciado,
das vezes que o amor que por ti foi declarado,
queimam minha alma com brasas vivas!...
Eu existo, disseste, e ali estavas tu como num sonho,
me ofertei como um carneiro ao holocausto,
quis me dar por inteiro num primeiro beijo,
mas como alma que voa livre pelo espaço,
Selaste a sorte desse amor com um abraço,
ao chão vi cair todos os meus sutis desejos!...
Teu porte ainda hoje segue os meus ditames,
e não se apagam da memória os seus traços,
saia escura e blusa branca de evento tu trajavas,
um frescor de montanhas em ti sentia,
um mundo inteiro diferente em ti eu lia,
e tudo em ti, mesmo sem querer, eu deixava!...
Separar-me de ti foi como sentir a morte,
e até hoje me observo de longe,
como posso desejar o paraíso se nele aqui já vivi?
Não sei olhar o mundo novamente sem te ver,
não sei, por Deus, como foi tudo isso acontecer,
minha vida se exauriu no dia em que te perdi!...