MERO OBJECTO

Fui reduzido a mero objecto,

E colocado na minha casa,

Passei a ser simples objecto

Decorativo, é um retrocesso.

Prefiro ser um vulgar objecto.

Do que um qualquer boneco

Com corda que é controlado

Por um indivíduo desmiolado.

Estou farto de ser um objecto,

Com que pessoas se divertem,

Sem poder valer o meu veto,

Para me libertar desta prisão.

Sou um objecto muito cobiçado,

Por ser uma peça única, valiosa,

Não tenho preço, é uma relíquia

Que guardo comigo, tão própria.

Não estou à venda, me pertenço,

Adorno a minha casa, é o dever

Que me assiste para eu escrever

Crónicas e poesia de bom senso.

Ruy Serrano - 06.06.2016

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 06/06/2016
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