A cada piscar de estrelas sem ardor ou juras desarmadas
    Este sofrer de quem, almeja felicidade entre desesperos    
    e deste desapego ao que de matéria me impõe tormentos
    Chorar por outros que padecem do cão andaluz que dói
    Momentos de fagos perdidos na alvorada do amadurecer

    Sou a sofrida moradia de quem lamenta dores do mundo
    O farto sorriso de quem acalma esperanças mal amadas
    Aquele que julgamos ser e que somos demais covardes
    Tentar a verdade que cimenta a dolorosa vida escravizar
    E de mães que se foram e deixaram filhos no seu inferno

    Serei o abraço que o mundo não universaliza na coragem
    O amôr distante entre abismos que ameaçam a bondade
    Eis que de verdadeiro só a dôr em feridas de hecatombe
    Na hora monstruosa de atômicas encenações cancerosas
    Minutos que transtorna anjos da terra em poema irradiado

    Condoido ser quem de conceder lágrimas serei teu lumiar 
    Um dia de vida que a cada cento a idade lhe será velhice
    Dia de agradecer um tempo que dá a oferta da existência   
    O caminhar nesses dias de violento romper de alvoradas
    O brilho que do ocaso nascente alimenta forças do viver    

    A solitária donzela que serei ao dançar abraços coloridos 
    Enfeixar os abraços de um jeito que amarei sem maldade  
    Sou o todo de outros como antes falaram da flor ajuizada
    E sou o duplo, a natureza irmã, o valor da amiga floração
    Na verdade a paz que sai dos homens que sabem revelar   
 
    Sou a tua alegria de rir na adversidade do temor carnado
    O esperar ausente de que serei teu conforto ao confortar
    Amaremos a vida como a morte desalma esta eternidade
    Eternos seres de paixões caladas ao esperar um destino
    Mas serei o seu guia com amorzinho de um beijo santo...




      
 
Jurubiara Zeloso Amado e Cristina Tosensus - hermafrodita
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 02/06/2016
Reeditado em 02/06/2016
Código do texto: T5654859
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