A cada piscar de estrelas sem ardor ou juras desarmadas
Este sofrer de quem, almeja felicidade entre desesperos
e deste desapego ao que de matéria me impõe tormentos
Chorar por outros que padecem do cão andaluz que dói
Momentos de fagos perdidos na alvorada do amadurecer
Sou a sofrida moradia de quem lamenta dores do mundo
O farto sorriso de quem acalma esperanças mal amadas
Aquele que julgamos ser e que somos demais covardes
Tentar a verdade que cimenta a dolorosa vida escravizar
E de mães que se foram e deixaram filhos no seu inferno
Serei o abraço que o mundo não universaliza na coragem
O amôr distante entre abismos que ameaçam a bondade
Eis que de verdadeiro só a dôr em feridas de hecatombe
Na hora monstruosa de atômicas encenações cancerosas
Minutos que transtorna anjos da terra em poema irradiado
Condoido ser quem de conceder lágrimas serei teu lumiar
Um dia de vida que a cada cento a idade lhe será velhice
Dia de agradecer um tempo que dá a oferta da existência
O caminhar nesses dias de violento romper de alvoradas
O brilho que do ocaso nascente alimenta forças do viver
A solitária donzela que serei ao dançar abraços coloridos
Enfeixar os abraços de um jeito que amarei sem maldade
Sou o todo de outros como antes falaram da flor ajuizada
E sou o duplo, a natureza irmã, o valor da amiga floração
Na verdade a paz que sai dos homens que sabem revelar
Sou a tua alegria de rir na adversidade do temor carnado
O esperar ausente de que serei teu conforto ao confortar
Amaremos a vida como a morte desalma esta eternidade
Eternos seres de paixões caladas ao esperar um destino
Mas serei o seu guia com amorzinho de um beijo santo...