AMBIGUIDADE

AMBIGUIDADE

autor: j.r.filho.

Este sentimento que de mim, às vezes, toma conta

inebriando-me a alma, deixando-a, às vezes, tonta;

entra em mim feito misto de descaso e dependência

cuja dualidade vai, às vezes, da ojeriza à subserviência.

Crupiando este jogo, de cartas não marcadas,

no qual, a volúpia dá lugar àquelas descartadas,

sinto-me vazio, perdido, esquecido no bagaço

desejando estar no “morto”, procuro-me e não me acho.

A desfaçatez, forçada, estrangula as aparências...

O desejo reprimido suga do sexo, volátil, a sua essência.

Momentos, vividos, são perdidos no vácuo da ilusão

sobrando a agonia, quase sempre presente, no tempo da razão.

Estas bruscas mudanças, que me esfriam e me aquecem,

São, na realidade, sonhos que meu ser enlouquecem

E de tanta angústia que me invade a alma, após cada episódio,

Sou tomado, às vezes, por um sentimento similar ao ódio.

Amélia Rodrigues-Ba. 07 de março de 2003.

José Rodrigues Filho
Enviado por José Rodrigues Filho em 14/05/2016
Código do texto: T5635261
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