PORCASIA
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Nasci inofensivo.
Vivi, me tornei agressivo.
Tenho os nervos ativos.
Os meus sentires são cativos.
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Disseste-me que não sou poeta.
E com cara de estúpido concordei
Dizendo-lhe, porque sou escreveta
Aquele que não faz sentido!
Porque até o sentido se põe em sentido...
À minha existência...
Merece continência?
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Ah! Como sou estúpido.
Imaginem se fosse um cúpido?!
As minhas flechas seriam para matar.
E lixar os que querem amar.
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Está porcaria sem porcos.
Ainda não é poesia nos vossos olhos?
Talvez não, por isso chamei porcasia.
Não pretendo mudar está mania.
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Assim me sou...
Aqui estou...
Que se lixe se não é poesia.
Também não a fazes...
Ou se fazes são as fezes
Mais poetas que tu ou nós...
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Que quando saiem sentimos;
O que vos poetas não nos fazem sentir.
Mas fingimos;
Que não estamos a fingir.
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Ó! Poemas
Ó! Poesia
Poemas são palavras carregadas de dilemas.
E Poesia...
São sentimentos que sentimos.
São tormentos que omitimos.
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E ainda assim!
P'ra ti, não sou poeta!
Por causa desta porcaria;
Que uni a poesia.
Também não sou escreveta...
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Mauro José da Silva ( Poet'escreveta)