CIÚME
Por mais que eu mascare meu azedume,
Tem coisas que não posso disfarçar:
Ainda te quero, ainda sinto ciúme
Por que já não posso teus lábios beijar.
Saber que outro sente o seu perfume,
Que outro te abraça, te faz delirar,
Faz nascer em mim um amargo queixume,
Faca de dois gumes em meu peito a cortar.
Em meu coração ainda resiste o lume,
Que nem a distância consegue apagar.
E este meu ciúme cresce em volume,
Tanto que às vezes eu temo sufocar.
Nada faz com que eu me acostume:
Amiga? Disso eu não quero te chamar.