Des
Ambígua desexpectativa assola,
Trazendo, de nostalgia, um quê;
O plano A, mostra na bunda a sola,
E sola seria a ideia, de um plano B...
Eis a sina de Atlas, sobre alguém!
Cujo mundo pequeno ainda é feio;
Não esperar nada d’onde não vem,
nem, devanear, d’onde nunca veio...
É que esperar pelo Noel nos cansa,
aí, nasce a diatribe ao Fado fuleiro;
Acusação? Ter gerado desesperança,
Mas, claro, não chega ao desespero...
Pode até soar belo como descrevo,
Ilhado, só, "Robinson Crusoé” resiste;
Dom é escudeiro, após ele me atrevo,
Malgrado, seja péssimo no despiste...
A Dita acena mui longe, logo, des-perto,
E a lonjura patrocina esse desarranjo;
De saber que escolham cobram, decerto,
Pior, foram minhas, inocentem ao anjo...
A psíquica nudez tem muito de insana,
Mas, o que resulta hígido no desamor?
Pornografia de anjos, disse o Quintana,
Eu, mero protagonista do despudor...