Desenganos

"Por que não cuspiste na pobre da flor?

Mas fundo desprezo mostrar-me quiseste,

Ludíbrio fizeste de mim, deste amor…"

(Castro Alves)

Noites e noites chorando,

Horas d'insônia passei;

E nesse pranto extremado,

Do amor me enfadei!

O meu amor era puro!

Tudo que por ti sentia,

Era como, duma lira,

Os doces sons de harmonia!

Lembro-me daquele dia…:

Vi os teus olhos nos meus,

As nossas almas felizes,

Ah! os meus lábios nos teus!

Oh! quão insensata fui!

Julguei que era feliz,

Porque sorria a minh'alma…

Amar-te… eu sempre quis!

Num só instante, partiste

Para bem longe de mim;

Os meus olhos não te viram

Partir tão cedo, assim!

O nosso amor terno e santo,

Oh! comigo morrerá!

O teu nome, nos meus lábios,

Oh! nunca mais soará!

quartzo rosa
Enviado por quartzo rosa em 06/11/2015
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