Uma Mulher Chamada Veredito
Juro pra você!
Não sou mais eu quem mente a saudade e na falta deita e rola no teu retrato.
Não sou mais eu quem anda cabisbaixa pelas calçadas da memória.
Não sou mais quem acorda no meio da noite e acende um cigarro lamentando aquele amor.
Sim, sou eu quem
Mudou de lugar a cama, o endereço, a comida predileta
E até o vício em dopamina que me causavam os fragmentos da tua-minha lembrança!
Pra ver se conseguia te deletar pelo menos do alvo da minha agonia!
Eu sou aquela cara tapeada pelo Vento das cidades.
Aquela mulher a qual você sentia insegurança porque se portava toda dada,
Que não disfarçava a meia arrastão e ria com todos os rapazes,
Continua dando por aí sim!
Dando graça à quem é da praça,
Dando adeus às tuas traças,
Dando risada da própria desgraça,
Emendando conversa com gente vira-lata,
E passando a perna em cada íntima trapaça!
Juro!
Andei atirando pedras contra as vidraças do próprio reflexo!
E tampouco seria por desprezo a minha imagem!
Mas é que para lhe fazer essas juras, eu precisei me quebrar inteirinha
E ter a vergonha escarniada nos estilhaços de tudo o que já jurei de nós!
Assim sendo, meu Veredito:
Te juro não ser-te mais nada!!
Nem quem te escreveu estas juras!