AUSÊNCIA

Hoje é segunda.

Restou pouco da festa:

- há uns copos descartáveis deitados pelo jardim,

Pode se ver pelo quintal

Alguns retalhos dos balões

Que enfeitavam as paredes

E que as crianças fizeram com eles

Seu carnaval de tiros!

Na pia restaram copos por lavar

E a toalha que estava na mesa

Exibe suas manchas de refrigerantes

E chantilly misturado

Com grãozinhos de brigadeiros

E açúcar dos beijinhos coloridos.

Ainda há vestígios da festa.

Enquanto fizemos sala

Rimos, nos abraçamos,

Dividimos cadeiras pequenas,

Ficamos juntos fazendo nosso teatro de amor.

Nosso lar nos acolheu horas depois

E aí as nossas vidas começaram

Ficar em suas paralelas.

Eu procuro estar sempre em festa

Mas você tem sido como o segurança chato

Que reprime quase tudo.

Estou aprendendo a viver tudo isso.

Tem sido difícil ter e não ter,

Olhar e não ver,

Abraçar e não sentir,

Querer e não poder...

Tem sido difícil todo instante

Mas eu afirmo: estou aprendendo

A viver contigo na minha solidão!

E na dor que me trazes ao peito

Sinto que em breve o meu coração

Não sentirás mais falta

Quando você tão presente

Ser uma mulher tão ausente!

luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 21/09/2015
Código do texto: T5389519
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