SEPARAÇÃO II
Nossa! O Carlos e a Judite?
Meu DEUS! Como pode?
Eles se separaram? Não acredito!
Estavam todos estupefatos.
Ruiu uma montanha
E o que dizer diante
Dos escombros de uma montanha?
- Pois é... Hoje pela manhã ele
Cumprimentou-me, brincou com o Tobe
E me falou: D. Cida estou indo embora.
A voz estava embargada
E os olhos emergidos.
Logo se formou um motim na rua.
O espanto era de todos.
Não se falavam de defeitos,
Não se falavam de falhas...
Logo alguém se manifestou:
- Pensa: se eles que andavam sempre
De mãos dadas, que estavam
Sempre juntos, passeavam juntos,
Saiam para jantar juntos,
Presenteavam-se com cestas e flores
Nas datas importantes... Eles que
Não brigavam, viviam abraçados,
Compartilhavam sonhos,
Músicas, filmes, alegrias, dores...
Respeitavam os filhos, os estranhos
E os vizinhos... Meu DEUS, se eles
Que tinham tudo para O Felizes Para Sempre
E também Até Que A Morte Os Separe
Não resistiram à tentação
De viverem sós, e Nós?
Todos então abaixaram a cabeça.
Foi aí que eu descobri algo importante:
Diante dos escombros de uma montanha
A gente silencia e simplesmente
Reflete sobre a nossa vida!