SEPARAÇÃO

O que restou de nós

E que ficou pra nós

É tudo que não sonhamos

E que prometemos

Que não seria: escombros!

Porventura...

O amor acabou?

Foi embora o amor?

Bateu em retirada o amor?

Está o amor dando um tempo?

O amor cansou?

O que houve com o amor?

Vivemos como dois velhos

Que já viram os pais morrerem,

Os filhos crescerem,

Os netos crescerem,

Os bisnetos crescerem

E agora sozinhos

E com a vida completa,

Com a missão cumprida

Não se veem mais na obrigação

De provar o amor:

Amam em silêncio!

Amam na forma mais pura do amor:

- com os olhares, com o carinho,

Com a preocupação de que o degrau

Da escada do quintal é um abismo...

Amam sem estardalhaço,

Sem emoção, mas com devoção,

- devoção que nos falta –.

Não sei se não têm mais força

Para gritar o amor que sentem

Ou simplesmente têm receio de acordar

A morte que dorme tranquila

No batente da porta.

Mas os jovens não.

Não se plica ao amor jovial

A regra que se aplica ao amor maduro.

O amor nos jovens precisa de vozerio

Para não acordar a morte

Que assim como um cão fiel,

Está sempre à porta e só se acalma

E tira o seu cochilo

Se houver algazarra.

A morte que mata o amor nos jovens,

Ao contrário da que mata o amor nos velhos,

Mantem-se embernada enquanto existe farra!

luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 15/09/2015
Reeditado em 15/09/2015
Código do texto: T5383186
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