Corte
Cada corte teu deixou-me uma marca,
açoites de um desamor anunciado,
tristeza desvelada em gestos ínfimos...
Cada corte teu marcou-me a alma,
gritos solitários de uma dor não curada,
tortura incisiva em cada gota de minha sanidade...
Cada corte teu revirou minha coerência,
agonia de um tempo de estiletes esgrimados,
esvaindo meu sangue em ausências cotidianas...
Cada corte teu cindiu meu olhar em cegueira e melancolia,
arte peculiar de uma intensa vontade de macular,
riscando meu concreto com teus abstratos depressivos...
Cada corte teu sufocou-me em rios de desespero,
moeda lançada ao ar para prolongar o azar vivenciado,
estranho entorpecimento de sentidos já sem afeto...