Rasguei o coração

Já rasguei os versos que escrevi para você,

esqueci as canções que embalaram nosso amor,

em cada dose de uma bebida qualquer, busquei o meu por quê?

sendo indubitavelmente esse o findar do poeta medíocre sonhador.

Tranquei a porta do meu eu dentro de uma tumba de um antigo faraó,

onde não permitirei que a possam encontrar,

e se acaso a encontrar for possível, não irão poder desatar-lhe o nó.

Assim espero eu poder me preservar.

Amar causa ferida mortal,

tal qual fel, que mel nenhum pode adocicar,

sendo esse meu infortúnio e pior mal,

nas ciladas do amor proíbo-me de novamente aprisionar.

Um coração partido fica parado tal qual trem na velha estação,

onde o tempo avança e para dor não há bonança.

Acovarda-se vivendo de passado, preso a recordação,

suspira de lembrança, onde já não há mais esperança.

Tornei-me amargurado, um solitário embriagado,

Buscando de bar em bar a razão para não acordar,

que deixado foi de lado,

por aquele que trazia brilho ao hoje vazio olhar...

SimoneMoreira
Enviado por SimoneMoreira em 04/08/2015
Código do texto: T5335017
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