Rasguei o coração
Já rasguei os versos que escrevi para você,
esqueci as canções que embalaram nosso amor,
em cada dose de uma bebida qualquer, busquei o meu por quê?
sendo indubitavelmente esse o findar do poeta medíocre sonhador.
Tranquei a porta do meu eu dentro de uma tumba de um antigo faraó,
onde não permitirei que a possam encontrar,
e se acaso a encontrar for possível, não irão poder desatar-lhe o nó.
Assim espero eu poder me preservar.
Amar causa ferida mortal,
tal qual fel, que mel nenhum pode adocicar,
sendo esse meu infortúnio e pior mal,
nas ciladas do amor proíbo-me de novamente aprisionar.
Um coração partido fica parado tal qual trem na velha estação,
onde o tempo avança e para dor não há bonança.
Acovarda-se vivendo de passado, preso a recordação,
suspira de lembrança, onde já não há mais esperança.
Tornei-me amargurado, um solitário embriagado,
Buscando de bar em bar a razão para não acordar,
que deixado foi de lado,
por aquele que trazia brilho ao hoje vazio olhar...