O caso

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O caso

Por acaso...

Talvez, por acaso, nossos destinos se cruzaram.

Manter-se no anonimato, entretanto, não é casual.

Por acaso...

Talvez, por acaso, tantos imprevistos nos tenham feito chorar.

Fugir do encontro e do sorriso a dois, todavia, dependeu de muita recusa.

Por acaso...

Talvez, por acaso, todas as minhas tentativas tenham sido em vão.

Desistir, entrementes, seria a consumação do que tanto desejas.

Por acaso...

Ah, por acaso, ainda recordas a quantidade de nãos que levei?

Perdi-me, acreditas, no quadricentésimo trigésimo segundo!

Por acaso...

Hoje, tu viajas e estou em solo firme, saudoso.

Transferi minha passagem (Sabias?) - amanhã, serei eu o viajante.

Por acaso...

Aliás, não por acaso, hoje teu corpo desfila na praia para outros olhares.

À noite, talvez, suarás noutros braços, dançando.

Não por acaso.

Depois das viagens, dos encontros e novos encantamentos...

Descobriremos que na verdade nunca existimos.

Tudo foi mero sonho

que

por acaso

nunca aconteceu.

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 20 de julho de 2015.

16h52min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 21/07/2015
Reeditado em 12/10/2015
Código do texto: T5318363
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