O PÃO NOSSO DE CADA DIA...

 

Deixa cair da face a lágrima morna

que fecunda a terra seca de amor e perdão,

e regurgita da boca

como pássaro mãe provedor,

o alimento para o filhote depenado e raquítico,

que lhe é negado um pouco de leite,

um pedaço de pão.

 

Qual miserável

que não atenta a dor alheia?

Não lembras que és pó e que o mundo gira?

Hoje estás em baixo, amanhã por cima.

 

A dor cai em mim como sombra noturna,

a culpa me veste como capa escura.

 

O negar do pão a boca faminta

O silêncio da madrugada fria.

 

As dúvidas sem respostas

Interrogações e mais questões.

 

Onde está o criador?

Onde mora o direito de sorrir?

 

Tira a pele que me cobre e te aquece,

quisera ter em meus seios ainda o leite materno

Para te suprir!

 

LaBelledeJour.

 

LaBelledeJour
Enviado por LaBelledeJour em 22/06/2015
Reeditado em 17/08/2023
Código do texto: T5285739
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