O PÃO NOSSO DE CADA DIA...
Deixa cair da face a lágrima morna
que fecunda a terra seca de amor e perdão,
e regurgita da boca
como pássaro mãe provedor,
o alimento para o filhote depenado e raquítico,
que lhe é negado um pouco de leite,
um pedaço de pão.
Qual miserável
que não atenta a dor alheia?
Não lembras que és pó e que o mundo gira?
Hoje estás em baixo, amanhã por cima.
A dor cai em mim como sombra noturna,
a culpa me veste como capa escura.
O negar do pão a boca faminta
O silêncio da madrugada fria.
As dúvidas sem respostas
Interrogações e mais questões.
Onde está o criador?
Onde mora o direito de sorrir?
Tira a pele que me cobre e te aquece,
quisera ter em meus seios ainda o leite materno
Para te suprir!
LaBelledeJour.