PELA ESTRADA
E o coração na contra-mão da estrada,
Leva cheiro de mato
Por entre jardins de fantasia.
Não há trégua em seu caminhar aflito.
Não há vagar em seu passo atabalhoado.
Não há tempo de lamentar a dor
Que lhe acossa sem piedade.
Não há... não há... não há.
Os meio-fios são facas cortantes,
Desesperando sua espera eterna.
Os meio-fios são vias de ida
Que sangram os pés errantes,
Desde que a noite caiu sem trazer você.
Não há lugar que me pertença.
Não há nada e nem ninguém
A quem falar por essas estradas malditas.
Sonhar...
Sonhar...
Sonhar na brisa que me corta os pulsos.
...E assim vou seguindo por aí,
Temendo o encontrar você.
Tremendo no não encontrar você,
Nesse meu passo lerdo de procuras.
Mas sigo, persigo o não sei o quê,
O não sei onde, o não sei quando.
se caso me encontrar por aí,
Não saberei palavras de cheganças,
De tanto me perder em despedidas.