Dor!

Dor!

Dói a alma na gritante discórdia de ter que doer,

Dói a voz amordaçada e calada que grita assim,

Dói o coração que bobeia a seiva para não morrer,

Dói porque dói, dói apenas sem mais porque sim!

Perdido, encontrado, esquecido de si,

Poeta fingido roubado, abraçado por ti,

Ruas cinzentas, estreitas, sujas vielas,

Que correr vivendo espreitando janelas!

Procuras motivo no fingimento da dor,

Roubas curado ao coração magoado,

Fútil motivo a largares o dom do amor,

Sozinho, perdes viagem e eu a teu lado!

Dói saber que agora dói mesmo sem querer,

Dói saber que mesmo curado continua a doer!

Alberto Cuddel

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 24/05/2015
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