saCRIficiO!
Era noite, mais uma noite escura,
Uma estrela, apenas uma brilhava,
Nada, ninguém, sem versos de cura,
Sem rimas, significado que lhe dava!
Apenas mais um poema, desses sem nada,
Sem motivo, palavras, apenas me foi pedido,
Assim do nada, sem pensar, desfilam flores,
Cores, cinzentos, meu pensamento,
Linearmente corre tons prateados,
No lunar branco reflectido, nas águas
Desesperante solidão das respostas
Não, ninguém, mas falava? Não,
Respondia de surdina, embrenhado
Na conclusão açucarada de uma partilha,
De um explícito e físico ato de ser
Humano condenado à expectante
Santidade almejada, do amor dedicado
Ao divino corpo devoto de metade de mim,
Assim erguido no altar, oferecendo-me,
Eu em toda plenitude da minha rastejante
Humilde e ténue entrega a ti, em sacrifício,
Por prova, não de fé, não de entrega,
Mas num narcisista orgulho, de me por ti,
Me tornar NADA!